10 de fev. de 2010

O Acreditar...


Não adianta, a gente até tenta, mas somos otimistas natos.
Nos escondemos atrás de máscaras de desilusão e de amor que não sobe serras, não passa da quarta-feira de cinzas e da última noite depois do show de rock, mas a gente, no fundo - e nem é tão fundo assim, simplesmente acredita.
É cercado de descrentes que se dizem realistas, de pessoas tristes que não tem esperanças, de jovens com menos de 30 anos que se arrasaram no amor.
Mas fazer o quê?
Mesmo diante destes todos e das nossas próprias péssimas experiências,
Quando a gente escuta que não vai andar de mãos dadas quando for velhinho,
Pensa “bom, se você não vai, eu vou” e continua neste mar agitado que é acreditar.
Falar que não vai acontecer é fácil.
E este falar vem seguido de um milhão de outras frases sem esperança,
Porque a vida de quem não acredita, cá entre nós, é mais simples.
Difícil é você, diante deste mundo que ta aí, virado, parar e pensar “eu acredito PONTO” e fazer acontecer.
"Uma pobre coitada iludida", pensam por aí, mas é desta chamazinha de otimismo que você sempre quis e não consegue manter acesa.
É coisa pra poucos.
Poucos como a gente, loucos que ainda, mesmo se ferrando 3x4 nesta vida, acredita. Se é pra durar enquanto estiver bom, então, isso aí já é um otimismo.
Se diz que “tenho medo que meu filho não goste de estudar”, é porque acredita que terá um.
E acho que não temos perfil de produção independente.
Ah, sim, não teremos casamento como o dos nossos pais, graças a deus, afinal, você é 10% parecida com a sua mãe, pra aquilo funcionar daquele jeito?
Não, não somos.
Acreditamos ser melhores do que eles, mas medrosos o suficiente diante do pensamento “será que um dia, alguém vai me suportar?”.
A gente acredita, mete a cara, cai, se fode, levanta e ta neste período aí, de sacodir a poeira, juntar os cacos e recomeçar.
Não é uma busca diária, incessante e cheia de pressa.
Aliás, nem é uma busca.
É acreditar e este poder aí, não é qualquer um que tem.

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